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Já está lançado o #5 do TriploExpresso. Este é diferente: falamos de obsessões televisivas, passadas, presentes e futuras. E temos uma convidada ainda mais obcecada que nós… que sabe do assunto e não teme opinar.

Obrigada pela colaboração, Syrin. Foi muito divertido. 🙂

E para quem partilha desta nossa mania, dêem um salto pelo estaminé TV-Files, onde a Syrin habita.

A alminha caridosa que me desenvencilhar a ligação eduroam para iPhone/iPod Touch na Universidade do Algarve terá um almocinho pago por moi. Se for alguém de terra longínqua terei todo o prazer em mandar uma flash drive 4GBs novinha em folha (dá sempre jeito).

Mais terá o meu agradecimento público. 🙂

O acesso à eduroam (wireless) é uma chatice. Porquê? Porque o pessoal da minha universidade — a UAlg — só complica.

Por exemplo:

1) O tutorial de acesso para Macintosh foi fornecido muito tardiamente; à altura já muitas outras universidades o tinham feito. Um ano depois, ainda só disponibilizam o tutorial para o Mac OS Tiger. Entretanto, no mundo real, nós já vamos no Leopard update 5. Note-se que, no meu caso, em 2006 (Tiger) e, depois, este ano (quando saiu o Leopard), só após muitas marteladas com a cabeça, e algum apoio do técnico de informática da faculdade (não da universidade), cheguei a bom termo no estabelecimento estável da ligação wireless.

2) O acesso via iPhone/iPod Touch, cujo tutorial (para não variar) já está disponível em muitas outras universidades, teima em aparecer na UAlg. Infelizmente, por mais voltas que eu dê não me consigo safar sem certificar a ligação; coisa que, infelizmente, não consigo fazer. Oficialmente a resposta é que está em desenvolvimento e que não me podem ajudar de momento.

Isto é coisa que não percebo. Mesmo quando se queixam de falta de pessoal (o que entendo até certo ponto), não há justificação para tão longos atrasos. (Aliás, que me conste a Universidade de Trás-os-Montes também não anda a nadar em efectivos; nem a de Coimbra. O Técnico ainda vá lá.) Em especial quando existem dois cursos de licenciatura em informática. E quando seria apenas ver o que os outros já fizeram.

Ora bolas!

Na mesa da cozinha, algo atrai a gata Graymalkin…

liberdade de expressao

(Foto: AFP/Getty Images)

A deputada Ana Gomes (juntamente com outros colegas do Parlamento Europeu) tem, no blogue Causa Nossa, um apelo à liberdade de blogar, também em defesa de quem está preso por o ter feito.

Aconselho a leitura e o apoio à iniciativa. Pela liberdade de expressão.

Por cá ignora-se a constituição, à laia de ganhar pontos para a próxima eleição (leia-se o PS, partido do governo). Aquilo que é negado é, pura e simplesmente, a igualdade perante a lei e a sociedade. A uma minoria, claro.

Como já tanta gente disse, o direito de casar com uma pessoa do mesmo sexo não diminui em nada os direitos dos outros e muito menos vai contra a dignidade do casamento civil. Vai, sim, contra a possibilidade de duas pessoas do mesmo sexo celebrarem, e oficializarem, a ideia de família.

E não venham com a triste ladainha de que este é um tema pouco debatido, e muito menos pouco importante. Só diz isso quem nunca sentiu na pele a negação de um direito que é dado a outros… mesmo que pague os mesmos impostos e cumpra as mesmas obrigações sociais.

Mas, enquanto por cá se ignoram direitos, mais longe — no estado americano do Connecticut — o Supreme Court estadual legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Muitos passam a usufruir desse direito.

Costumo dizer que os EUA têm do melhor e do pior. Em Portugal, com algumas importantes excepções, temos uma mediania entristecida, muito em especial na classe política. E um grupo parlamentar socialista que mais parece saído do tempo da velha senhora.

A desoras, mas cá em casa ainda andamos com jet lag.

Vi-o, não na televisão, mas no iMac através de uma aplicação muito bem esgalhada, de nome Livestation, gratuita, e excelente para quem, como eu, teima ainda em não ter televisão por cabo. Ao lado tinha alguns blogues abertos, conjuntamente com o twitter/elections. Digamos que este último arrancou-me algumas boas gargalhadas, a par de alguns momentos de horror com a estupidez chapada dos comentários.

Mas enfim… o que achei do debate? Achei que a Sarah Palin esteve melhor ali que nos restantes momentos mediáticos da semana (falo, no essencial, da famosa entrevista a Katy Kuric). É claro que isto não é extraordinariamente abonatório, pela simples razão que esses momentos anteriores foram muito, muito maus. Mas enfim, no meio de um infindável rol de frase visivelmente construídas e coladas a cuspo (como se diz, em especial em gíria educacional), lá se ouviram algumas coisitas relativamente decentes. Contudo, é também mais que visível a sua falta de preparação para o cargo. A senhora tem uma boa presença em público (i.e., é bonita e carismática), mas o seu domínio de temas é muito circunscrito. O melhor dela talvez tenham sido não cometer enormes asneiras e surgir como genuína (americana do Alaska), apesar de muito pouco experiente. Sorrir, dizer algumas piadas, falar da sua vida no Alaska e ser amigável para Joe Biden (lembremos que o seu colega… o seu chefe de equipa, John McCain, foi extremamente hostil e mal-educado no debate da semana passada com Barack Obama) bastaram para melhorar a (péssima) ideia que dela existia. Duvido, contudo, que tenha bastado para apelar ao voto dos indecisos.

E Joe Biden? Bom, para mim mostrou-se a melhor surpresa até agora destes 2 debates. No debate presidencial Obama/McCain, eu desgostei profundamente do McCain (ao ponto de me dar nojo olhar para ele, em especial pela sua postura) e não gostei por aí além da performance do Obama (achei-o calmo, extremamente civilizado, mas pouco acutilante). No debate de ontem, pelo contrário, passei a entender um pouco mais a Sarah Palin (ideias com as quais pouco ou nada me identifico, fixadas em inexperiência a par de uma enorme dose de simpatia) e a gostar de Joe Biden. Biden foi educado (em especial com a adversária), simpático (digam o que quiserem, o senhor tem um sorriso fabuloso), e — em especial — extremamente bem preparado em todas as questões, desde os direitos dos gays e lésbicas aos temas internacionais. Respondeu a todas as questões postas, de forma bem estruturada, atacando directamente John McCain.

A determinada altura apanhei-me a pensar que o Biden (com base apenas no debate de ontem) seria um bom presidente dos EUA. E certamente será um vice-presidente capaz e, muito provavelmente, essencial para Barack Obama nas questões de política externa. Não é à toa que os dois melhores momentos da noite são seus.

Num ataque às propostas de McCain para o Plano de Saúde (nota: o esquema de saúde nos EUA é talvez dos processos socialmente mais chocantes que vi até hoje):

So you’re going to have to place — replace a $12,000 plan with a $5,000 check you just give to the insurance company. I call that the “Ultimate Bridge to Nowhere.”

E o desmantelar da imagem de John McCain como maverick:

Look, the maverick — let’s talk about the maverick John McCain is. And, again, I love him. He’s been a maverick on some issues, but he has been no maverick on the things that matter to people’s lives.

(… rol de razões, bem apontadas, pelas quais John McCain não é um maverick)

So maverick he is not on the important, critical issues that affect people at that kitchen table.

A transcrição dos debates pode ser lida na CNN.com. E, já agora — as sondagens (nomeadamente a da CNN) dão o Biden como vencedor, apesar da Palin ter excedido as (muito baixas) expectativas.

Durante os próximos dias, logo veremos como o debate influenciou, ou não, as intenções de voto nos estados considerados cruciais, como o Michigan, o Winsconsin, a Florida, a Virgínia, o Ohio, o Nevada ou New Hempshire… (onde a candidatura Obama/Biden tem actualmente, na maioria dos casos, alguma vantagem).

Note-se também que acho que a política nacional portuguesa é tão má ou pior que a americana. Mais, estou particularmente auto-satisfeita por não ter votado no partido que está no governo. (E entristecida porque tive muitíssima razão em não o fazer.) Por muitos motivos, mas em particular pelo triste comportamento em todo este processo da discussão (e votação) dos projectos que contemplam o acesso ao casamento civil a pessoas do mesmo sexo.

Diga-se que, para quem não sabe, o PS impõe a todos os seus deputados a obrigatoriedade de votarem contra esses projectos. Escuda-se num proclamado momento errado de debate para este tema… porque é fracturante, porque não consta do programa de governo… blá, blá, blá…

Enfim, porque se trata de uma minoria, e as minorias não interessam nada, não é?

Pensava eu que o cumprimento da constituição deveria ser prioridade de qualquer governo.

Para quem tem curiosidade em ver o papelinho, aqui fica:

E o pormenor:

Note-se que o voto não é meu, mas tenho um gostinho especial em pensar que cá em casa contribuímos para o fim (espero eu) do reino das bananas republicanas. 🙂