Na semana passada, cá em casa foi tudo corrido a Leopard. Instalei-o no MacBook Pro (MBP) e a minha minha cara-metade instalou-o num PowerBook (PB). Entretanto chegou o novo iMac que já vinha com o Leopard instalado — este é a dividir por três. (Nota: o meu filho parece ter abandonado o Asus, sabe-se lá porquê!)
A instalação, como quase tudo, tive os seus altos e baixos…
A instalação
A instalação do Leopard em si foi rápida, mas o Migration Assistant (MA) deu alguns problemas. Funcionou relativamente bem com o PowerBook, mas menos bem com o MacBook Pro. Ou seja: os documentos e a maioria das preferências transitaram bem no PB (excepção para a impressora e a network, que tiveram que ser reinstaladas — algo relativamente comum), mas não no MBP; neste último, o MA deu erro na migração do Mail e bloqueou o resto da transferência após ter transferido grande parte dos documentos (por migrar ficaram as aplicações, infelizmente).
Diga-se, no entanto, que operámos de forma diferente nos dois computadores: assim, no MBP, executei o MA durante a própria instalação do Leopard (opção facultada pelo próprio installer), enquanto que no PB a apção foi fazer a migração *depois* de instalar o Leopard, via Utilities do Leopard. Aconselho que sigam o segundo exemplo.
Isto significou essencialmente uma coisa: tive que reinstalar as minhas aplicações (e Application Support e Preferences) “à la pata”, o que não foi totalmente mau: muito tempo dispendido, mas tendo o resultado excelente de ter as entranhas do MBP totalmente novas (tipo lifting).
Os essenciais
Ter um computador “limpo” de aplicações (excepto as que vêm com o Leopard) foi momentaneamente aflitivo. Deu para perceber e bem quais aquelas sem as quais não funciono bem:
LaunchBar (primeira a ser instalada)
PTHPasteboard (no meu caso a versão Pro, mas a versão standard — freeware — é suficiente para a maioria dos utilizadores)
Default Folder X (agora com mais de 20 anos; excelente)
TypeIt4Me (outro decano no Mac)
SideTrack (que funciona lindamente no meu MBP, mas que tem dado problemas no sleep do PB)
Seguiram-se, depois, as aplicações do costume — uma lista demasiadamente longa para este post. Mas, verdade seja dita, algumas parecem-me (por agora) obsoletas face às melhorias do Leopard em relação ao Tiger.
O bom do Leopard
O que mais me impressionou no Leopard? Primeiro o Finder, o Spotlight e o QuickLook. São efectivamente excelentes, embora eu acabe por não utilizar muito o Spotlight (o LaunchBar é melhor, mas rápido e com melhores capacidades). Já o Finder passou a ser essencial… ao ponto de eu ainda não ter aberto aplicações desenvolvidas por terceiros, como o Path Finder. (E digamos que eu sou fã desta aplicação que, aliás, está mais rápida no Leopard.)
[Nota – Já o ForkLift, também desenvolvido por programadores independentes, é mais útil, em especial pelo seu painel duplo. Este “explorador do Mac” é óptimo para mover e copiar ficheiros, como eu fiz (até dizer chega!) do disco rígido externo com o backup do Tiger para o disco interno do MBP com o Leopard. Infelizmente a versão actual, para Leopard apenas [v. 1.5], é ainda beta e crasha com alguma frequência).]
Gosto em particular do QuickLook que integrado no Default Folder é fantástico, poupando-me um tempão quando procuro ficheiros específicos. (Nota: Os ficheiros Excel também são suportados. Hurra!)
Outro aspecto bem desenvolvido no Leopard é a partilha de ficheiros e monitores, agora muito mais facilitada. Conseguimos partilhar todos os Mac cá de casa: ficheiros e monitores.
Gosto também das novas capacidades do Preview. Ao ponto de eu raramente abrir o Skim; faço-o apenas quando quero anotar PDFs. (Ainda não brinquei com as imagens, todavia.)
A função geral Help também está melhorada, em particular quando incluímos a pesquisa de uma função na aplicação e nos é dada indicação do seu lugar no painel de menus.
Por fim, direi que grande parte das aplicações está mais rápida, até porque quase todas estão optimizadas para o Leopard. (Incluindo o novo Office 2008 que, contudo, não experimentei como o Tiger.)
O mau do Leopard
Ainda tem demasiados bugs (calculo que tudo correrá melhor lá para a versão 10.5.5). Aqueles que notei até agora são os seguintes:
O iChat tem problemas com o Bonjour.
A Firewall é também problemática (aconselho a lerem o suporte oficial da Apple sobre o assunto). Entre várias coisas, vem desactivada de raíz… algo extremanente desaconselhável quando andamos com o Mac em redes abertas (hotspots, por exemplo; em casa, usando um router com firewall, a situação é menos complicada).
A partilha de ficheiros e monitores (ver acima) por vezes falha (inconsistência).
O envio de emails (via Mail.app) é muitíssimo mais lento, demorando na ligação ao servidor. O problema foi resolvido com a inclusão expecífica do DNS do servidor, neste caso o Sapo, nas funções avançadas da network (e do router).
Conclusões (preliminares)
Se me perguntarem se o Mac OS 10.5 vale a pena direi que sim. Para mim vale a pena pela partilha, pelo Finder em geral e pela maior rapidez das aplicações, mas ainda está longe da maturidade que o Tiger tinha. Ou seja, ainda há muitos bugs a caçar e muito por onde melhorar. Não obstante parece-me um SO mais completo e moderno (i.e. melhor adaptado às necessidades actuais de um utilizador) e por isso vale o dispêndio de cento e alguns euros. Até porque calculo que irá durar mais de dois anos.
Agora falta-me utilizá-lo mais extensivamente (após instalar o 1GB extra que comprei para o MBP e os 2GB extra para o iMac — via Crucial). E utilizar também o Office 2008 que, após um teste muito preliminar, me parece bem melhor que o 2004 (no Intel; pois no PB não será instalado).